A exposição apresenta diferentes reflexões sobre a falência dos modos de vida atuais e aponta para a urgência de invenção de novos caminhos. Cada um dos artistas se dirige aos limites de elementos estruturantes da sociedade ocidental.
O capitalismo é atacado na sua potência de assimilação e anulação de figuras, símbolos e ideais de luta. Também é posto em causa o poder explorador e destrutivo das grandes corporações, que já se sobrepõe à soberania de países.
As formas tradicionais da educação centralizada e autoritária são desconstruídas, postas em ruínas, enquanto outras fontes de aprendizagem e novas maneiras de ensino passam a ser consideradas.
Concepções comuns de Cultura e Natureza são desafiadas, conforme os velhos modelos beleza, harmonia, equilíbrio e simetria dos arranjos florais são aplicados a resíduos urbanos. Novos sentidos são construídos.
A rigidez da escrita da história também é abordada em paradoxos. Utilizando a cidade como matriz, pequenos acontecimentos fugazes são eternizados. Ao contrário dos movimentos heróicos, o acaso nos pequenos gestos cotidianos são valorizados.
O fim surge como ponto de partida, em oposição à expectativa moderna de expansão constante, na esperança da morte de um mundo já passado, para que, assim, outro possa nascer.
Erica Bruni
curadora